quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Vermelho!!!!!!!!!


DANIELA MERCURY DECLARA AMOR AO GARANTIDO
       "Sim, meu Coração é vermelho. Sempre me identifiquei com a toada "Vermelho" e antes mesmo de conhecer a festa já era apaixonada pelo Garantido, que é o mais animado é povão e eu sou povão", afirma a cantora.





       Pela expressividade de arte e a força de sua carreira, há 20 anos Daniela Mercury exalta a cor e o canto do Brasil,em todos os seus trabalhos. Sendo assim em "Canibália - Ritmos do Brasil", o DVD da baiana gravado ao vivo na Praia de Copacabana, durante o Réveillon de 2011 não poderia ser diferente. No álbum, a cantora reúne e integra vários ritmos do Brasil sob a ótica da miscigenação antropofágica, como ela mesma define em entrevista ao EM TEMPO.

       Sucesso na Europa e nos Estados Unidos, onde é considerada a Carmem Miranda do século 21, Daniela mescla com a carreira de artista com inúmeros trabalhos sociais, como presidência do Instituto Sol da Liberdade e embaixadora do Unicef. O show Canibália já foi apresentado em diversas cidades brasileiras e também em Portugal, França, África, América do Sul, além de Estados Unidos, México e Canadá.

       À reportagem, ela falou sobre DVD "Canibália", a paixão pelo festival de Parintins, a participação do boi-bumbá Garantido, além de projetos que envolvem o Amazonas, seus projetos sociais, cultura popular e, claro, a antropofagia que faz com a música.

       EM TEMPO - Você está rodando o mundo com o show "Canibália", conte-nos um pouco desse seu último projeto artístico. Como surgiu a ideia?

       Daniela Mercury - Há algum tempo já tinha a vontade de colocar esse nome em um projeto, mas a idéia ainda não estava fechada. É bom lembrar que os meus discos sempre foram compostos por algo desse tipo e, lógico, que um trabalho sempre puxa o outro. O álbum reúne muitas de minhas referências artísticas. O repertório inclui samba, rock e reggae, por exemplo. Nasci no meio de uma festa popular, que mistura frevo, forró e dezenas de ritmos. Minha vontade era celebrar o Brasil com suas sonoridades diversase que poucos valorizam.

       EM TEMPO - Como aconteceu a escolha das músicas ou ritmos?

       DM - Escolhi os ritmos que estão mais próximos da minha carreira e que tivemos a chance de inserir nesse show. Na verdade, deveriam ter, pelo menos, três edições do DVD para incluir as várias regiões do país e seus berços rítmicos. É bom dizer também que sempre gostei de criar fusões e é o que se percebe em algumas músicas.

       EM TEMPO - Por que é tão forte a presença da dança em seus espetáculos?

       DM - Sou bailarina e fiz Universidade Federal da Bahia. Desde pequena eu gosto de dançar. Sempre era a primeira a entrar na pista de dança e a última a sair. Na verdade, arrumei um jeito de continuar dançando sempre. Eu canto para dançar e me alimento pelos ritmos.

       EM TEMPO - Nos EUA, a imprensa lhe chama de a nova Carmem Miranda, cujas músicas "Tico-Tico no Fubá" e "O que é que a baiana tem" você gravou. Qual sua opinião sobre isso?

       DM - Me chamam de Carmem Miranda pela brasilidade do meu trabalho. Ela transformou o olhar imaginário do brasileiro sobre si mesmo. Antes, ele se via como um ser triste e depois dela isso mudou. Carmem, que também era canibalista e tropicalista ao misturar gêneros, era intensa e, por isso, fico muito lisonjeada em ser comparada com ela, que foi uma atriz maravilhosa e interprete excelente, além de grande ícone da cultura brasileira.

       EM TEMPO - Conte sobre a participação do boi-bumbá Garantido,na gravação de Canibália?

       DM - Foi realmente algo lindo a participação do Garantido. Lembro que quando o boi chegou em Copacabana a simpatia do público pelo boi foi enorme, o que me deixou emocionada. Com certeza, essa parte foi a mais emocionante da gravação e a que mais expressou a interatividade do público. A música do Amazonas nunca tinha chegado dessa maneira e com o impacto cênico foi algo fabuloso. Eu olhava para os meninos (Israel Paulain e Sebastião Júnior) e me emocionava.Pouca gente sabe, mas a última parte quando cantamos "Vermelho" foi improvisada para eu sentir a multidão cantando.

       EM TEMPO - Parece que você não esconde que seu "coração é vermelho", Garantido.

       DM - Sim, meu Coração é vermelho. Sempre me identifiquei com a toada "Vermelho" e antes mesmo de conhecer a festa já era apaixonada pelo Garantido, que é o mais animado é povão e eu sou povão.

       EM TEMPO - Na época, em que você foi a Parintins, muitas pessoas criticaram por falar que você cantou axé na arena. O que acha disso?

       DM - Não podemos esquecer que a música dos dois bois têm influência do axé e, além disso, todos os artistas cantam coisas novas e diferentes sempre. Estou aprendendo detalhes das variações das toadas e nuances entre os bumbás. Eles são diferentes e isso é muito bonito, é importante que tenhamos canções distintas.

       EM TEMPO - Você já conhecia o Festival Folclórico de Parintins?

       DM - Já conhecia música "Vermelho", que foi sucesso com a banda Cheiro de Amor e que todos pensam que fui eu quem gravou. Além disso, em 2006, os dois bois vieram a Bahia quando fiz o "Carnaval e cultura popular". Em 2011 foi uma surpresa o que presenciei em Parintins. Fiquei completamente sem palavras de ver a festa. E perceber como conseguiram misturar com a cultura do Nordeste. Adianto que este ano, tenho uma surpresa em relação ao Amazonas e o meu carnaval. Haverá algo com maior interação entre eles, mas só posso dizer isso.

       EM TEMPO - Você faz diversos trabalhos sociais, atuando como presidente do Instituto Sol da Liberdade, embaixadora do Unicef e da Fundação Ayrton Senna. Como concilia com sua carreira?

       DM - Quando dá e estou no palco sempre chamo atenção para ações importantes e a necessidade de nos organizarmos como povo para termos posição política. Uso minha arte para melhorar o país, mas não de forma panfletária. Minha idéia é fortalecer a autoestima do povo brasileiro e acredito que o lúdico e o imaginário são importantes para isso, afinal ter conhecimento é fundamental.

       EM TEMPO - Você veio à Manacapuru fazer um trabalho desse tipo. Conte como foi?

       DM - Fui com o meu instituto Sol da Liberdade, quando demos aulas de artes, circo, música e dança. Fiquei impressionada com a cultura do lugar, mais precisamente com as Cirandas, que o Brasil também precisa conhecer. Percebi que lá, as artes estão inseridas na cidade não necessariamente nas escolas, mas na cidade e isso é importante. Me impressionei com o português bem falado e a cultura entranhada.

       EM TEMPO - Planos de vir ao Amazonas?

       DM - Estamos fechando várias casas pro todo o Brasil para levar o espetáculo mais completo possível. Devo ir a Manaus, mas ainda não sei a data e se formos, com certeza, o Garantido estará no palco, assim como quero a presença da Ciranda. E, também pretendo ir a Parintins, mas depende da minha agenda, vamos torcer!




Fonte: CHRIS REIS Equipe EM TEMPO

Publicado em 12/01/2012

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